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APAE de Maracajá e exercício da autonomia: “Conquistando caminhos para ser e conviver”. 

Lúcio Vânio Moraes. Doutorando em História Cultural na UFSC.

e-mail:lucio.v.m@bol.com.br

Bolsista do FUMDES

De 21 à 28 de agosto comemora-se em todo o Brasil a Semana Nacional da pessoa com deficiência intelectual e múltipla com o tema: “Autogestão e autodefensores: conquistando caminhos para ser e conviver”. Em cada instituição de ensino de estudantes especiais do país, possuem diversas atividades que representa e celebra especialmente essa semana. Obviamente que o trabalho nessas instituições não é realizado de forma diversificada apenas na semana de comemoração, mas, em todo o ano letivo. Na escola APAE de Maracajá, o programa em comemoração da Semana Nacional da pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla possui atividades que permite aos estudantes especiais o exercício da autonomia e cidadania. A rigor, a problemática da autonomia aos estudantes especiais tem sido discussão nos últimos anos entre estudiosos da educação. Na escola APAE de Maracajá os estudantes deram abertura no dia 18 de agosto. Segundo a diretora da instituição, professora Gisele Dal Toé Boza, “os alunos foram até as escolas do ensino regular da rede pública estadual e municipal da cidade e deram depoimentos. Falaram quais as importâncias de estarem em uma instituição de ensino especial, os preconceitos existentes, a questão da exclusão na sociedade e as superações pessoais”. (Entrevista em 25/08/2010). No dia seguinte, os estudantes participaram do Parajogos do Pólo Araranguá, Arroio do Silva e Maracajá ocorrido no centro esportivo Antônio da Rocha em Maracajá. Neste dia os estudantes tiveram contato com diversos colegas e envolveram-se com atividades esportivas. Em entrevista com o presidente da APAE de Maracajá, sr. Antenor Rocha, “os parajogos e as demais atividades realizadas, oportuniza aos estudantes a alegria, a confraternização entre colegas e professores. Os alunos sentem-se valorizados recebendo a medalha, participando de disputas sadias, praticando modalidades esportivas de acordo com as condições físicas. Isso desenvolve autonomia e contribui no processo de serem inseridos na sociedade. Nossa sociedade infelizmente ainda é preconceituosa com discriminações. Alguns pensam que estes estudantes são anormais. E isso a meu ver, é um grande equívoco e falta de informações sobre os estudantes especiais, pois, eles possuem inteligências, percepções e assimilações. O objetivo da APAE não é somente tirar os alunos de casa e dar alimentação. É desenvolver as inteligências, permitir autonomia, sociabilidades, bem estar, trabalhar o psicológico, social, afetivo e preparação para a sociedade, mercado de trabalho. Entendemos também quanto mais cedo o estudante com deficiência intelectual freqüentar uma escola com educação especial melhor para seu crescimento. Nesse caso a família precisa deixar os preconceitos, tirar os filhos que estão escondidos entre quatro paredes e dar condições dignas às pessoas com deficiência intelectual e múltipla”. (Entrevista em 25/08/2010).

Palavras chave: Educação especial, Deficiência intelectual e sociedade.